Quem nunca entrou num cômodo da casa e… esqueceu o que foi fazer? Ou travou no meio de uma frase, tentando lembrar uma palavra simples, como “janela” ou “telefone”? Isso acontece. E, na maioria das vezes, não é sinal de algo grave. Mas quando os esquecimentos começam a incomodar, a levantar dúvidas ou gerar ansiedade, talvez seja hora de olhar com mais atenção.
A pergunta que muitos fazem — às vezes em tom de brincadeira, mas com uma pontinha de medo — é:
“Será que é só o estresse… ou já é algo neurológico?”
Bem… depende.
O que é um esquecimento “normal”?
Esquecer nomes de pessoas que você conheceu rapidamente. Trocar a ordem das tarefas do dia. Esquecer onde deixou a chave enquanto estava resolvendo mil coisas ao mesmo tempo. Isso tudo pode estar ligado a sobrecarga mental, fadiga, noites mal dormidas — e não necessariamente a problemas neurológicos.
A memória é profundamente sensível ao estado emocional. E o estresse crônico, a ansiedade e até a depressão podem interferir diretamente nos processos de atenção e retenção de informações.
Aliás, isso é mais comum do que parece. Eu já atendi muitos pacientes que chegaram preocupados com Alzheimer… e, na verdade, o que estava por trás era um esgotamento emocional silencioso.
E quando o esquecimento deixa de ser “normal”?
A diferença, na prática clínica, costuma estar em como o esquecimento impacta a rotina.
Por exemplo:
- Esquecer onde guardou a chave é comum.
- Esquecer para que serve a chave… já acende um alerta.
Ou ainda:
- Dificuldade para lembrar compromissos pode acontecer.
- Mas repetir a mesma pergunta várias vezes, sem se dar conta, é um sinal mais sensível.
Outros pontos de atenção:
- Trocar palavras com frequência (dizer “garfo” em vez de “escova”, por exemplo).
- Perder-se em trajetos conhecidos.
- Ter dificuldades crescentes em realizar tarefas rotineiras — como fazer um café ou pagar uma conta.
Nesses casos, vale investigar doenças neurológicas associadas à memória, como comprometimento cognitivo leve, demências, ou até alterações metabólicas que afetam a função cerebral (hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, etc.).
A importância do neurologista no diagnóstico
O neurologista é o especialista mais indicado para avaliar alterações de memória. Isso porque os testes de triagem, muitas vezes, não detectam as nuances mais sutis, especialmente no início.
Durante a consulta, é comum que eu peça para o paciente descrever situações reais do dia a dia. A memória não pode ser avaliada apenas com perguntas de múltipla escolha. Ela é contexto, emoção, funcionalidade.
Às vezes, a pessoa nem percebe as pequenas falhas, mas quem convive nota. Por isso, ouvir um familiar, quando possível, também ajuda no raciocínio diagnóstico.
Como a consulta online com neurologista pode ajudar?
Você pode estar pensando: “Mas e se eu não conseguir ir até o consultório? Ou se não tiver um especialista na minha cidade?”
É aí que a telemedicina neurológica faz toda a diferença.
- É possível avaliar grande parte dos sintomas de memória de forma eficaz, mesmo à distância.
- A consulta online permite um acompanhamento mais contínuo, especialmente em quadros leves ou que ainda estão em investigação.
- O paciente (ou um familiar) não precisa lidar com deslocamento, trânsito, filas. Isso melhora a adesão ao acompanhamento e reduz o risco de agravamento por atraso no diagnóstico.
- E com o tempo, muitos pacientes relatam alívio só de entender o que está acontecendo — mesmo que ainda não saibamos tudo.
A memória não é perfeita. Ela oscila. Mas quando as falhas deixam de ser pontuais e passam a comprometer sua autonomia, sua tranquilidade ou sua confiança… não vale a pena esperar. Se esse tema te tocou de alguma forma, talvez seja o momento de conversar com um neurologista.
E hoje, felizmente, isso pode ser feito do conforto da sua casa — com segurança, escuta e cuidado.

